
Cientistas norte-americanos acreditam que a felicidade pode ser contagiosa entre grupos de pessoas que se relacionam entre si, gerando «ondas» de boa disposição.
As conclusões surgem de um estudo de investigadores da Escola de Medicina de Harvard e da Universidade da Califórnia, baseado em análises estatísticas sobre a felicidade de redes sociais.
O artigo publicado na revista científica British Medical Journal refere que as pessoas felizes conseguem incutir nos que lhe são mais próximos ou com quem trabalham, o mesmo sentimento de felicidade.
Os investigadores acreditam que é possível gerar grupos de felicidade ou de infelicidade a partir de mudanças na própria felicidade individual, que acaba por se propagar aos demais.
Os autores do estudo estabeleceram que grupos de pessoas felizes e infelizes se constituem segundo critérios de proximidade social e geográfica. Por exemplo, a probabilidade de que uma pessoa seja feliz aumenta 42% se um amigo que mora a menos de 800 metros dele é feliz. Este número cai para 25% se o amigo mora a menos de 1,5 km, e continua declinando a medida que aumenta a distância.
De acordo com a BBC, outra das curiosidades apontadas é o facto de, segundo os autores do estudo, o repercutir desse sentimento não se limitar apenas aos laços sociais mais imediatos, mas atingir até três graus entre «amigos de amigos de amigos».
Os investigadores salientam que «as pessoas que estão cercadas de pessoas felizes e aqueles que são centrais nessas redes de relações têm mais tendência a serem felizes no futuro», no que parece ser «uma disseminação desse sentimento».
Contudo, esta tendência não se verifica no trabalho. "Os colegas de trabalho não afetam o nível de felicidade, o que faz pensar que o contexto social pode limitar a propagação de estados emocionais", segundo o estudo.
"Se a felicidade se transmite, de facto, através das relações sociais, isso pode contribuir indirectamente à transmissão semelhante da boa saúde, o que tem sérias implicações para a elaboração das políticas", avaliou a publicação.
O estudo foi realizado com 5.124 adultos de 21 a 70 anos, entre 1971 e 2003.